2.4.06

A minha cruz


Ditam-me objectivos. Formam-me, informam-me, transformam-me. Sem cenoura nem nada, o burro aceita. Carrega, puxa, força burro! É que há aquela coisa do défice que tem de ser resolvida. E aqui só há duas opções; ou se corta nos custos, ou aumenta a receita. IVA 21%, tabaco e gasolina upa, upa. Mas não chega... O burro tem de cravar mais fundo na terra. Tem de chupar até ao tutano. É para isso que me pagam... No fim os objectivos foram ultrapassados. Mérito? O mérito ficou no bolso do dono, e o burro não se alimenta com elogios em sussurro. Os burros continuam a ser burros e o custo de se querer burros não resolve a coisa.
Um dia, uma companheira de carga desatou a tirar de si para dar aos outros. Burra? Talvez não. Não será aí que o burro se torna humano?

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