24.10.05

O telefonema


Os amarelos e os rosas queriam que o vermelho (por quem têm grande admiração) liderasse as reuniões periódicas, onde predominavam os laranjas. Cientes do seu carácter, e apesar de saberem ser impossível ir contra a maioria, os amarelos e os rosas lá acordaram num entendimento para que, nem que fosse por uma questão de princípio, o vermelho, com a sua larga experiência na vida democrática fosse o proposto. O vermelho lá ponderou, telefonou, voltou e disse que os outros vermelhos não o deixavam colaborar com rosas ou amarelos. Estes, ficaram tristes. Não por perderem a oportunidade de vincarem a sua posição, mas por verem perder... a liberdade.

3 comentários:

Sérgio Ribeiro disse...

Que história tão colorida!
O "vermelho", logo que eleito para a AM começou a dizer que se candidataria a presidente.
Porquê?
Porque, até de acordo com outras regras parlamentares, pensou que iria ser o presidente da sessão de instalação, nessas outras regras sempre presidida pelo decano. Não assim no nosso regimento (e nem o seria porque o colega Albino, de Caxarias, tem mais um mês de idade!).
Depois, porque, sem falsas modéstias, confrontando curricula, lhe pareceu que o seu passado justificava uma candidatura... pois se até foi membro da presidência do Parlamento Europeu entre 1994e e 1999 (e é outras coisas académicas e profissionais).
Depois, ainda, porque tem a pretensão de ter um bom ambiente entre os confrades, o que não é o caso de outros potenciais candidatos e poderia abrir perspectivas curiosas.
Mas isto congeminava ele, nas suas barbas, sem lhe dar grande importância e cuzando-se com outros - e lembrando a um amigo que já podiam falar, passada uma incompreensível quarentena por ele imposta... -, que poderiam dar um passo ou dizer uma palavra nesse (ou qualquer outro sentido). Nada!
Até que, na horinha de começar a reunião, foi o "veremelho" abordado por sees amigo que, numa mescla de contacto pessoal e de incumbência de grupo a que pertence, lhe colocou a situação de está formada uma "lista da oposição", composta por uma presidente, a cabeça de lista do seu grupo e por dois secretários dos quais um seria ele, o "vermelho". Este não teve de telefonar para ninguém para considerar essa "propota" como uma não-proposta, um "ou entras no que congeminámos, tal-e-qual, ou não há alternativa".
Isto, naquela hora, sem a mais pequena possibilidade de discutir - meus amigos: discutir entre-cores - as razões e as consequências de tal lista, seria - como foi - uma lista "cor de rosa" com uns salpicos pelos rosas decididos, e em que estes apenas tinham liberdade de dizer sim ou não. Não pareceu correcto ao "vermelho", e cada vez menos correcto lhe parece no entendimento que tem de relacionamento entre forças políticas que, por diferenças que tenham, em votos e outras, têm a obrigação de se respeitarem. E disse não. Assim nã!
O ter havido um telefonema que o "vermelho" tentou - ou que o "vermelho" teria recebido - não teria a ver com a decisão que tomou e - que tivesse! - estaria no seu intereiro direito e na sua inteira coerência de preferir falar com outros antes de tomar uma decisão individual. No entanto, esta foi-o até pelas condições em que a situação foi posta.
Só espero que sirva para melhor relacionamento nos 4 anos vindouros.
A CDU tem um eleito, ele não será um pobre abandonado à espera de que dele se lembrem. Ele far-se-á lembrar!
Gostei de ter de esclarecer as paletas e os tons. E os bonecos são giros.

Sérgio Ribeiro disse...

Depois disto, e para responder directamente, taco-a-taco: nunca os rosas e quaisquer outras cores puseram sequer o vislumbre do "vermelho" vir a presidir ao que quer que seja, reuniões periódicas ou uma reunião de "tupper-wares"; não houve nenhum telefonema que o tivesse levado a tomar a posição que tomou. Poderia ter havido, mas não houve!
Parágrafo!

Anónimo disse...

Obrigado. Esclarecido. Com pena de não ser o que poderia muito bem ser e, por hoje... telegráfico.